Vasco Catanho contou e encantou em Conversas à Beira Mar

Em finais dos anos quarenta, no calhau de São Lázaro, junto à foz da Ribeira de São João, na enseada do Porto do Funchal, encontravam-se calafates, pescadores, baleeiros, bomboteiros, bagageiros, estivadores e também, em quase todos os dias ao fim da tarde, reuniam-se ali os desportistas da denominada ‘malta da vela’, mais tarde conhecida por ‘malta do calhau’.

Desse grupo de velejadores, fazia parte Vasco Catanho, sócio do Clube Naval do Funchal, e que mais tarde veio a fazer parte dos órgãos sociais, mais concretamente no âmbito desportivo, onde ocupou o cargo de comodoro e mais tarde como membro da Assembleia-Geral do clube.

Passados largos anos, a Quinta Calaça volta a receber este ilustre associado, desta vez como convidado, para o tradicional almoço da malta do calhau, tertúlia que teve em Vasco Catanho um dos seus mentores. O mesmo tornou-se bastante conhecido devido à sua ação na receção dos iatistas estrangeiros que chegavam ao Funchal, e devido à sua participação em regatas e cruzeiros à vela pelo nosso arquipélago. Elogiavam as facilidades encontradas na ‘ilha hospitaleira’, através da colaboração do iatista local, e também as suas especialidades culinárias, com que brindava os visitantes, entre elas o famoso ‘Arroz à Catanho’.

Neste sentido, Vasco Catanho foi o ilustre convidado para mais um almoço da malta do calhau que decorreu na tarde de hoje, dia 26 de maio. Esta é uma iniciativa que tem vindo a ser mantida pelo CNF, onde em todos os finais de cada mês continua a reunir, na sede social do clube, vários convidados para um momento de convívio.

Estiveram presentes vários amigos de Vasco Catanho, como também seus familiares e membros da direção para este almoço.

O Vice-Presidente do Clube Naval do Funchal, Bernardo Soveral, recebeu o ilustre convidado, passando pela exposição patente na casa mãe da sede social do CNF “Emoção e Lazer”, onde Vasco Catanho teve a oportunidade de vislumbrar as aguarelas de Fernando Lemos Gomes, que retratam algumas das embarcações que Vasco teve a honra de navegar.

Momentos antes do almoço, Bernardo Soveral deu as boas vindas a todos os presentes, dirigindo algumas palavras ao convidado indicando que “este almoço é muito especial para nós, porque temos a pessoa que mais honrou o CNF, e que teve imensas iniciativas, entre elas o organizador da primeira regata entre a Ilha da Madeira e as Ilhas de Canárias”. Após o seu discurso, foi entregue uma cresta em forma de reconhecimento da sua ligação ao clube outras lembranças.

Entre a ‘malta do calhau’, o feito que tornou mais famoso e respeitado Vasco Catanho, foi a sua viagem de ida e volta às ilhas Canárias, a meados dos anos sessenta, ao comando do iate ‘Sindbad’. Vasco Catanho foi, entre a nossa malta, o primeiro amador que navegou mais longe, ao comando da sua embarcação.

Ao comando do iate ‘Albatroz’, uma espécie de ‘navio-almirante’ da frota de recreio madeirense, Vasco Catanho, o veterano ‘Rei do Mar’, com uma tripulação de jovens velejadores da frota local, navegou várias vezes em viagens de cruzeiro até às vizinhas ilhas Canárias e participou na Regata Oceânica Las Palmas (Canárias)-Funchal.

Este almoço além de um grande momento de convívio, permitiu a que Vasco Catanho pudesse contar algumas das suas “aventuras” náuticas que de forma divertida foram sendo conhecidas por todos os presentes, e também oportunidade para reviver de memórias da vida e da história do apaixonado pelo mar, Vasco Catanho.

 

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