À Conversa com António Nóbrega atleta de Vela Adaptada do CNF

António nunca faltou até agora aos treinos de vela, tal é a paixão que tem pela modalidade.
“Adoro isto, por isso venho sempre. Já sou campeão regional!”.
António Nóbrega é um jovem com deficiência motora que pratica vela adaptada no Clube Naval do Funchal— tem sido o único clube na Madeira com esta vertente da modalidade — e é um exemplo de dedicação e força de vontade digna de um desportista de alta competição. Um claro sinal de sucesso no que à integração social diz respeito.

Com que idade começaste a praticar Vela?
Comecei a praticar, mais ou menos em 2002-2003 esta modalidade e sempre foi aqui no Clube Naval do Funchal.

O que mais gostas nos treinos?
O treinador/professor Pedro Correia é muito, muito bom e sinto que ensina bem, tem muita paciência até nos dias em que não me sinto muito bem, quando estou mais triste, ele consegue motivar-me e saio sempre a sorrir no fim dos treinos.

Já entraste em várias competições nacionais fala-me um pouco sobre isso?
Já fui Campeão Nacional em 2002-2003, na Póvoa de Varzim e foi muito bom. Fiquei muito orgulhoso de mim apesar da prova ter sido difícil, não estava à espera de haver muitas pessoas a competir na frota e eu não gostava do barco, ainda assim tive de fazer a prova. Mas isso, não foi o suficiente para me parar, cheguei em primeiro à meta, afrente de todos.

Treinas quantas vezes por semana?
Agora treino só à quinta-feira e treino sempre para ser o melhor. Nós (a equipa do CNF) treinamos na Baia do Funchal, perto da Pontinha. Normalmente, num dia de treino, o treinador coloca duas boias e fazemos rondagens, outras vezes fazemos uma prova entre nós, em treino. Quando estamos perto de ir a uma prova do Campeonato Nacional, no Continente, como vamos ter agora em Cascais, de 30 de junho a 2 de julho, o treinador prepara-nos e coloca mais boias no percurso do treino, para que nós tenhamos de fazer uma distância maior e ter mais resistência.

Quais são as tuas maiores dificuldades nas competições em que entras?
Fico muito nervoso. O treinador/professor Pedro aconselha-me a tentar ficar calmo e em jeito de brincadeira diz que se eu não ganhar a prova, que vai ficar triste, apesar de me dar sempre força. Eu sei que ele confia e gosta muito de mim, por isso eu esforço-me sempre para superar o meu nervosismo.

O que te motiva para treinares?
Eu acho que o os treinos já fazem parte da minha vida, por isso sinto que sou feliz quando treino. Estive cinco meses em Londres há pouco tempo, e não podia treinar, então eu pensava nos treinos e memorizava tudo o que aprendi, para estar focado em ganhar quando voltasse. Mas custou-me muito estar longe. Também o que me motiva a treinar é estar com os meus amigos, principalmente o António Calaça, que é o meu melhor amigo.

Quais os teus objetivos para esta prova nacional?
Eu tenho fé que vou ganhar outra vez.

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